Anders Zorn (Swedish painter, sculptor, and etching artist, 1860–1920),
A mulher é um cata-vento,
Vai ao vento,
Vai ao vento que soprar;
Como vai também ao vento
Turbulento,
Turbulento e incerto o mar.
Sopra o sul: a ventoinha
Volta azinha,
Volta azinha para o sul;
Vem taful; a cabecinha
Volta azinha,
Volta azinha ao meu taful.
Quem lhe puser confiança,
De esperança,
De esperança mal está;
Nem desta sorte a esperança
Confiança,
Confiança nos dará.
Valera o mesmo na areia
Rija ameia,
Rija ameia construir;
Chega o mar e vai a ameia
Com a areia,
Com a areia confundir.
Ouço dizer de umas fadas
Que abraçadas,
Que abraçadas como irmãs
Caçam almas descuidadas...
Ah! que fadas!
Ah que fadas tão vilãs!
Pois, como essas das baladas,
Umas fadas,
Umas fadas dentre nós,
Caçam, como nas baladas;
E são fadas,
E são fadas de alma e voz.
É que — como o cata-vento,
Vão ao vento,
Vão ao vento que lhes der;
Cedem três coisas ao vento:
Cata-vento,
Cata-vento, água e mulher. ~
Anders Zorn, Lady with fur cape, 1887, watercolor on paper.
"Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração."
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