Visita
Fui ver o mar.
Homem de pólo a pólo, vou
De vez em quando olhá-lo, enraizar
Em água este Marão que sou.
Da penedia triste
Pus-me a olhar aquele fundo
Dentro do qual existe
O coração do mundo.
E vi, horas a fio,
A sua angústia ser
Uma espécie de rio
Que não sabe correr.
Leiria, 10 de Abril de 1940
In: Antologia Poética. Lisboa: Círculo de Leitores, p. 253.
Sem comentários:
Enviar um comentário