sábado, 24 de agosto de 2019

"Aurora" - Poema de Adolfo Casais Monteiro


Ivan Shishkin (Russian, 1832-1898), Rain in an Oak Forest, 1891
 

Aurora


A poesia não é voz - é uma inflexão.
Dizer, diz tudo a prosa. No verso
nada se acrescenta a nada, somente
um jeito impalpável dá figura
ao sonho de cada um, expectativa
das formas por achar. No verso nasce
à palavra uma verdade que não acha
entre os escombros da prosa o seu caminho.
E aos homens um sentido que não há
nos gestos nem nas coisas:

voo sem pássaro dentro.

in 'Voo Sem Pássaro Dentro'


Ivan Shishkin, Walking through the forest, 1869


"O jardim é uma natureza organizada pelo homem e para o homem."

(Roberto Burle Marx)


Ivan Shishkin, Walk in the Forest, 1870


"Um jardim faz-se de luz e sons - as plantas são coadjuvantes."

(Roberto Burle Marx)


Ivan Shishkin, Wood in the evening, 1868-1869


"Onde havia peixes, há mercúrio. Onde havia florestas, há cinzas."

(Roberto Burle Marx)


Ivan Shishkin, Woodland, 1889


"Gostaria que os que viessem depois de mim pudessem, pelo menos, ver alguma coisa que ainda lembrasse o país fabuloso que é o Brasil do ponto de vista botânico, dono da flora mais rica do Globo."
(Roberto Burle Marx)

Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 – Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de jóias e decorador.

Durante a infância viveu no Rio de Janeiro. Foi com a família para a Alemanha, em 1928. Em Berlim, estudou canto e integrou-se na vida cultural da cidade, frequentando teatros, óperas, museus e galerias de arte. Entrou em contato com as obras de Vincent van Gogh (1853-1890), Pablo Picasso (1881-1973) e Paul Klee (1879-1940). Em 1929, frequentou o ateliê de pintura de Degner Klemn. Nos jardins e museus botânicos de Dahlen, em Berlim, entusiasmou-se ao encontrar exemplares da flora brasileira.

De volta ao Brasil, fez curso de pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), Rio de Janeiro, entre 1930 e 1934, onde foi aluno de Leo Putz (1869-1940), Augusto Bracet (1881-1960) e Celso Antônio (1896-1984). Em 1932, realizou seu primeiro projeto de jardim para a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro, a convite do arquiteto Lucio Costa (1902-1998), que realizou o projeto de arquitetura com Gregori Warchavchik (1896-1972).

Entre 1934 e 1937, ocupou o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passou a residir. Nesse período, foi com frequência ao Rio de Janeiro e teve aulas com Candido Portinari (1903-1962) e com o escritor Mário de Andrade (1893-1945), no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retornou ao Rio de Janeiro e trabalhou como assistente de Candido Portinari.

O final da década de 1930 arca a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna, época em que o artista experimenta formas orgânicas e sinuosas na elaboração de seus projetos. Sua paixão por plantas remonta à juventude, quando se interessa por botânica e jardinagem, mas é em 1949 que Roberto Burle Marx organiza uma grande coleção, quando adquire um sítio de 800.000 m², em Campo Grande, Rio de Janeiro.

Em companhia de botânicos, realiza inúmeras viagens por diversas regiões do país, para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a diversidade fitogeográfica brasileira.

Principais Obras
: Jardins do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, Paisagismo do Eixo Monumental em Brasília, Parque Ibirapuera, em São Paulo. (Daqui)

Ivan Shishkin: A collection of 352 paintings (HD) 




Ivan Ivanovitch Shishkin (Ielabuga, 25 de janeiro de 1832 – São Petersburgo, 20 de março de 1898) foi um pintor paisagista russo associado ao movimento dos Itinerantes e marido da pintora Olga lagoda-shishkina

Shishkin nasceu em Ielabuga, no atual Tartaristão, e graduou-se em Cazã. Estudou na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou por quatro anos e na Academia Imperial de Artes entre 1856 e 1860, quando graduou-se, recebendo uma pensão imperial para que continuasse seus estudos na Europa. Cinco anos mais tarde, Shishkin tornou-se membro da Academia Imperial de São Petersburgo e foi professor de pintura entre 1873 e 1898. Simultaneamente, Shishkin liderou o programa educacional de pintura paisagística. 

Shishkin viveu, por alguns anos, na Suíça e Alemanha, graças à pensão recebida pela academia. Ao retornar para a capital russa, ele tornaria-se membro do Círculo dos Itinerantes e da Sociedade dos Aquarelistas da Rússia. Participou de mostras em Moscou (1882), Nijni Novgorod (1896), Paris (1867 e 1878) e Viena (1873). O método de Shishkin foi baseado em estudos analíticos da natureza. Ele tornou-se famoso por suas paisagens de florestas, além de ter sido um desenhista além de seu tempo.

Os trabalhos de Shishkin foram principalmente inspirados nas paisagens de sua dacha nos subúrbios do sul de São Petersburgo. Seus trabalhos são de notável detalhamento poético das estações do ano, florestas, natureza selvagem, fauna e flora.

Shishkin morreu em 1898, em São Petersburgo, enquanto desenvolvia uma nova pintura. (Daqui)
 

„Toda a forma de vida é uma manifestação de Deus e está sob os nossos cuidados. Proteja o que é seu - sua fauna sua flora. As plantas e os animais embelezam a terra. São úteis ao homem e representam a riqueza da Pátria. Nunca se deve mutilar, destruir ou deixar que destruam estes bens. Vamos amar nossos animais domésticos. Vamos dar aos selvagens a paz que eles têm direito. Permitamos que enfeitem nossas florestas. Vamos amar os pássaros puros e belos, cantando nas ramagens, voando alegres no espaço ilimitado, como verdadeiros símbolos de liberdade!“ — Francisco de Assis

Referência: https://citacoes.in/autores/francisco-de-assis/

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