Pierre-Auguste Renoir (French artist, 1841–1919), Lovers (Henriette Henriot
and Franc-Lamy), 1875, National Gallery Prague.
Ver-te. Tocar-te
Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade.
Hilda Hilst, in 'Do Desejo', 1992
Ver-te. Tocar-te
Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade.
Hilda Hilst, in 'Do Desejo', 1992
Henriette Henriot, c. 1876 by Pierre-Auguste Renoir
Desejo
Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.
Desejo
Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.
Hilda Hilst, in 'Do Desejo', 1992
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