Jean Baptist Camille Corot (Pintor francês, 1796-1875)
Ditosa Ave
Quem fosse acompanhando juntamente
Por esses verdes campos a avezinha,
Que depois de perder um bem que tinha,
Não sabe mais que cousa é ser contente!
E quem fosse apartando-se da gente,
Ela por companheira e por vizinha,
Me ajudasse a chorar a pena minha,
E eu a ela também a que ela sente!
Ditosa ave! que ao menos, se a natura
A seu primeiro bem não dá segundo,
Dá-lhe o ser triste a seu contentamento.
Mas triste quem de longe quis ventura
Que para respirar lhe falte o vento,
E para tudo, enfim, lhe falte o mundo!
Luís de Camões, in "Sonetos"
Jean Baptist Camille Corot
Jean Baptist Camille Corot, retratado por Félix Nadar
Jean-Baptiste Camille Corot (Paris, 16 de Julho de 1796 – Ville-d'Avray, 22 de Fevereiro de 1875) foi um pintor realista francês.
Jean Baptist Camille Corot, Autorretrato
Filho de uma família de comerciantes abastados, Jean-Baptiste Camille Corot, teve uma infância confortável e estável, tendo trabalhado numa loja do pai. Corot fez seus estudos na cidade de Rouen, onde foi hospedado pela família Sennegon, uns vendedores de tecidos, amigos do seu pai.
Denis Sennegon casou-se com a irmã de Camille Corot, Annette-Octavie.
Denis Sennegon casou-se com a irmã de Camille Corot, Annette-Octavie.
Jean Baptist Camille Corot, Woman with a Pearl
Corot fez retratos de vários membros da família Sennegon. Destes, onze são conhecidos e dois estão expostos no Museu do Louvre. Nesses retratos, Corot (que nessa época raramente pintava figuras ou paisagens), teve oportunidade de se sentir à vontade com os modelos. Tais obras estão entre as mais notáveis de suas figuras.
Jean Baptist Camille Corot, Coliseum Seen Through the Archways, 1825
Durante viagem à Itália pintou "O Coliseu" (1825), mostrando a sua formação essencialmente clássica e algumas inovações a nível da luz.
Jean Baptist Camille Corot, The Bridge at Narni, 1826.
De volta à França, abandonou o academicismo em favor de um estilo paisagístico realista. Construiu então, uma pintura puramente paisagista, rural e citadina e marcada pela mestria na gradação tonal de luzes e sombras e pelo rigor construtivo da composição.
Jean Baptist Camille Corot, Forum Viewed From The Farnese Gardens, 1826
As suas obras apresentavam-se expressivas e possuidoras de uma linguagem muito própria, caracterizadas pela serenidade. Facto este devido à sua anterior permanência em Itália.
Jean Baptist Camille Corot, Forest of Fontainebleau, 1830
Jean Baptist Camille Corot, Venise, La Piazzetta, 1835.
A evolução da paisagem clássica para a realista deve-se, em parte, ao seu trabalho em Itália.
Jean Baptist Camille Corot, Morning, 1850
Jean Baptist Camille Corot, Souvenir de Mortefontaine, 1864
Jean Baptist Camille Corot, The Eel Gatherers, 1865
Jean Baptist Camille Corot, Ville d'Avray, 1867
Jean Baptist Camille Corot, Bornova, İzmir, 1873
Jean Baptist Camille Corot, Dança das Ninfas
Sem comentários:
Enviar um comentário