Cárcere das Almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
soluçando nas trevas, entre as grades
do calabouço, olhando imensidade,
mares, estrelas, tardes, natureza
Tudo se reveste de uma igual grandeza
quando a alma entre os grilhões as liberdades
sonha e sonhando, as imortalidades
rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
nas prisões colossais e abandonadas
da Dor no calabouço atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitário, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Cruz e Sousa
João da Cruz e Sousa (Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), 24 de novembro de 1861 — Estação do Sítio, 19 de março de 1898) foi um poeta brasileiro. Alcunhado Dante Negro e Cisne Negro. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.
"Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta
quando o Amor toma conta dele."
(Platão)
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