Emil Fuchs (1866–1929), A Young Juno (Miss Ellen Kamerly), 1925
Fala o Poeta ao seu Amor
Eu venho do Mistério e do Desconhecido...
Por lá meu triste coração andou perdido,
Nesse país que fica além dos horizontes,
Da clara luz do sol, do murmúrio das fontes...
Venho d´além do Luar, das nuvens e do Vento,
Eu venho do Esplendor e do Deslumbramento...
Venho de percorrer o coração das coisas,
Espíritos sem nome, almas misteriosas.
Venho de percorrer esses lugares virgens,
Onde é um sonho de luz a alma das Origens...
Eu venho dum jardim distante, aureoral,
Onde cresce e floresce a árvore do Ideal.
Nas suas veias corre o sangue dos Poetas
E é alimentada pela cinza dos Profetas.
Seus verdes ramos vem doirar a eterna luz
E neles fez seu ninho a alma de Jesus...
Trago-te, meu amor, dessa árvore sagrada
Um farrapo ideal de sombra iluminada,
Para que faças com ele um lenço sacrossanto
Que, de tudo o que existe, enxugue o amargo pranto!...
Teixeira de Pascoaes
Fala o Poeta ao seu Amor
Eu venho do Mistério e do Desconhecido...
Por lá meu triste coração andou perdido,
Nesse país que fica além dos horizontes,
Da clara luz do sol, do murmúrio das fontes...
Venho d´além do Luar, das nuvens e do Vento,
Eu venho do Esplendor e do Deslumbramento...
Venho de percorrer o coração das coisas,
Espíritos sem nome, almas misteriosas.
Venho de percorrer esses lugares virgens,
Onde é um sonho de luz a alma das Origens...
Eu venho dum jardim distante, aureoral,
Onde cresce e floresce a árvore do Ideal.
Nas suas veias corre o sangue dos Poetas
E é alimentada pela cinza dos Profetas.
Seus verdes ramos vem doirar a eterna luz
E neles fez seu ninho a alma de Jesus...
Trago-te, meu amor, dessa árvore sagrada
Um farrapo ideal de sombra iluminada,
Para que faças com ele um lenço sacrossanto
Que, de tudo o que existe, enxugue o amargo pranto!...
Teixeira de Pascoaes
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