terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Rosas e Cantigas" - Poema de Afonso Duarte


Albert Lynch (1851-1912), Fresh from the garden, Private collection



Rosas e Cantigas


Eu hei de despedir-me desta lida,
rosas? – Árvores, hei de abrir-vos covas
e deixar-vos ainda quando novas?
Eu posso lá morrer, terra florida!

A palavra de Deus é a mais sentida
deste meu coração cheio de trovas...
Só bens me dê o céu! Eu tenho provas
que não há bem que pague o desta vida.

E os cravos, manjerico e limonete,
oh, que perfume dão às raparigas!
Que lindos são nos seios do corpete!

Como és, nuvem dos céus, água do mar,
flores que eu trato, rosas e cantigas,
cá, do outro mundo, me fareis voltar.


Afonso Duarte


Albert Lynch, Gathering flowers


“Uma coletânea de pensamentos é como uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males.”

(Voltaire)

Maria Bethânia - Salvem as folhas"

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