Edmund Blair- Leighton, Off, 1899
[O nome de batismo dele era Raimundo de São Luís da Mota Azevedo Correia, decidido por seus pais para lembrar o nascimento inusitado, pois o futuro poeta Raimundo Correia, que ao lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac
formaria a famosa “trindade parnasiana”, veio à luz numa rede de
algodão, em águas maranhenses, na baía de Mangunça, a bordo do navio São Luís. Viveu o resto da infância e toda a adolescência, como ele mesmo contou, em Cabo Frio, onde leu à beira mar Os Lusíadas, de Camões.
Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco e fez
carreira como juiz. Tinha 20 anos quando editou sua primeira coletânea
de poemas, ainda sob influência romântica. Quatro anos depois publicou o
livro Sinfonias, com prefácio de Machado de Assis
e já conforme ao molde parnasiano, que marcaria sua obra. Suas poesias
são pessimistas, filosofantes, de arquitetura esbelta e precisa. Porém
esse poeta pode surpreender, como nos versos a seguir, bastante
heréticos para um parnasiano: não tem uma forma fixa, como o soneto; o
tema é subjetivo; e - formalmente imperfeitos - não rimam. O título
paradoxal acentua a intenção irónica de Raimundo Correia, pois deu aos versos o título de... Rima.] (Daqui)
Rima
Rondo pela noite
Imaginando mil coisas
Meditando sozinho
Até a madrugada
Imaginando mil coisas
Meditando sozinho
Até a madrugada
Isto tudo é tão contrário
Medo e coragem
Amor e ódio
Revolta e compreensão
Mas nada rima nesse mundo
Apenas eu e você restávamos
Resto do que o mundo já foi
Intensamente, imensamente, eternamente
Até mesmo nós sucumbimos
Reavaliamos nossa condição
Indiferentes, deixamos de rimar
Menos um casal no mundo
Agora ando sozinho
Meditando noite adentro
Imaginando e esquecendo mil e uma coisas
Rondando até a madrugada
Edmund Blair-Leighton, Forest Tryst
“Se por amor à floresta um homem caminha nela metade do dia, corre o risco de ser considerado um vagabundo. Mas se usa o seu tempo para especular, ceifando a mata e tornando a terra calva antes do seu tempo, ele é visto como um cidadão industrioso e empreendedor.”
“Se por amor à floresta um homem caminha nela metade do dia, corre o risco de ser considerado um vagabundo. Mas se usa o seu tempo para especular, ceifando a mata e tornando a terra calva antes do seu tempo, ele é visto como um cidadão industrioso e empreendedor.”
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