Thomas Eakins (American realist painter, 1844–1916), The Swimming Hole, 1884–85,
A um amigo
Fiel ao costume antigo,
Trago ao meu jovem amigo
Versos próprios deste dia.
E que de os ver tão singelos,
Tão simples como eu, não ria:
Qualquer os fará mais belos,
Ninguém tão d’alma os faria.
Que sobre a flor de seus anos
Soprem tarde os desenganos;
Que em torno os bafeje amor,
Amor da esposa querida,
Prolongando a doce vida
Fruto que suceda à flor.
Recebe este voto, amigo,
Que eu, fiel ao uso antigo,
Quis trazer-te neste dia
Em poucos versos singelos.
Qualquer os fará mais belos,
Ninguém tão d’alma os faria.
Thomas Pollock Anshutz, Steamboat on the Ohio, 1896, Carnegie Museum of Art
"Não são as revoluções nem os motins que abrem a estrada para dias novos e melhores, mas a alma de alguém inspirada e em chamas".
(Boris Pasternak)
Boris Leonidovitch Pasternak, romancista e poeta russo (10/2/1890 - 30/5/1960), mundialmente famoso pelo romance Doutor Jivago, em 1958, é agraciado com o Prémio Nobel de Literatura, mas as autoridades de seu país o impedem de recebê-lo.
Boris Leonidovitch Pasternak nasce em Moscovo, numa família judia. Frequenta cursos de filosofia na Universidade de Moscovo e na Universidade de Marburg, na Alemanha.
Em 1913 lança o primeiro livro de poesia. Com Sestra Moya Zhizn (Minha Irmã, a Vida, de 1922), alcança o reconhecimento.
Impedido de publicar durante o governo de Josef Stalin, traduz textos de Shakespeare e Goethe. Em 1956 tem o romance Doutor Jivago, que conta a desilusão de um homem com o regime soviético, recusado pelos editores de Moscovo. Uma editora italiana compra os direitos autorais, recusa-se a devolver os manuscritos e publica a obra em 1957. No ano seguinte, está traduzida para 18 línguas.
Banido da União dos Escritores Soviéticos, Pasternak é obrigado a recusar o Prémio Nobel de Literatura em 1958. O cineasta David Lean leva Doutor Jivago à tela (1965). É reintegrado postumamente à União dos Escritores Soviéticos em 1987, o que possibilita o lançamento de Doutor Jivago no país.
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