sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"De quantas graças tinha, a Natureza" - Soneto de Luís de Camões


Victor Gilbert (1847-1933), Liebevolle Blumenpflege
 


De quantas graças tinha, a Natureza


De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.

Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.

Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.

Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.




Nelly Furtado - I'm Like a Bird


“O fraco rei faz fraca a forte gente.”


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