Café Águias de Ouro, Estremoz (Arte Nova )
Janelas de Estremoz
Janela fechada,
cortina corrida...
Nem flor a perfuma,
nem moça a enfeita.
- Ninguém se lhe assoma.
Janela tão triste,
nem ao Sol aberta...
Em toda a cidade
se repete a história
mil vezes; mil vezes,
se olhares a janela
ou desta ou daquela
casinha caiada,
a vês divorciada
do Sol e de tudo
que graça lhe dera.
Há vinte janelas
na casa da esquina?
- Na rua de cá
dez estão fechadas;
outras dez, fechadas
na rua de lá.
Ah! tão retraídas!
Ah! tão agressivas!
Que pessoas vivas
foi que as condenaram?
Ó janelas mudas,
pobres prisioneiras!,
que pessoas vivas,
por que expiação,
vivem na prisão
em que vos meteram?
- sem sol que as aquente...
sem flor que as alegre...
Janela cerrada,
cortina descida...
Mocinha escondida
por trás da janela
- quanto mais não vale
a rosa encarnada
que a rosa amarela!...
Café Águias de Ouro, Estremoz - Janelas no segundo piso.
O Café Águias de Ouro ou Café Águias D'Ouro situa-se na freguesia da Santo André, no Concelho de Estremoz, Distrito de Évora, Portugal.
Foi classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público em 2002.
O edifício foi edificado em 1908 e inaugurado em 4 de Abril de 1909. O arquitecto do projecto foi Jorge Santos Costa.
Imóvel de planta rectangular de três pisos, sendo de realçar as enormes janelas e varandas dos pisos superiores, de estilo Arte Nova, construídas com complexas guardas de ferro com motivos geométricos e vitrais executados a verde, castanho e azul.
É um sobrevivente dos antigos cafés de tertúlia portugueses de finais do século XIX, inícios do século XX, daí a importância sociológica do imóvel.
Edificio Arte Nova, Rua da Galeria de Paris (Porto, Portugal)
Edificio Arte Nova, Rua Cândido Reis (Porto, Potugal).
NOVA YORK, NOVA YORK - FRANK SINATRA
Instante
Deixai-me limpo
O ar dos quartos
E liso
O branco das paredes
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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