terça-feira, 17 de abril de 2012

"Pastoral" - Poema de António Sardinha


Pintura de Robert Duncan


Pastoral 


Todos os dias quando morre o dia,
Pões-te a chamar os patos para os contar;
E os patos, conhecendo quem os cria,
Vêm para ti de longe a esvoaçar 

E logo te acompanham. Que alegria
Anima o teu rebanho singular!
Parece ser dum conto que eu ouvia,
-«Era uma vez…», –  à gente do meu lar. 

«Filha de rei, com iras de criança,
guardando patos na ribeira mansa,
foi coisa de pasmar que nunca vi!» 

Pois é a história da princesa loura
Que tu me fazes recordar, Senhora,
Assim com essa corte ao pé de ti!


António Maria de Sousa Sardinha 
(n. Monforte, 9 Set 1888; m. Elvas em 10 Jan 1925),
in A Circulatura do Quadrado: 
Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Pátria é a Língua Portuguesa,
 Edição UNICEPE, 2004




 
"Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las." 

(Augusto Cury)





The Beauty of Pollination


A Polinização é vital para a vida na Terra,  mas, em grande parte, este fenómeno da natureza é invisível para o olho humano. O cineasta Louie Schwartzberg  mostra-nos o mundo intrincado de pólen e polinizadores com deslumbrantes imagens de alta velocidade de seu filme "Wings of Life", inspirado no desaparecimento de um dos principais polinizadores da natureza, as abelhas.





Polinização 

Polinização é o ato da transferência de células reprodutivas masculinas (núcleos espermáticos) através dos grãos de pólen que estão localizados nas anteras de uma flor para o receptor feminino (estigma) de outra flor (da mesma espécie), ou para o seu próprio estigma. Pode-se dizer que a polinização é o ato sexual das plantas espermatófitas, já que é através deste processo que o gameta masculino pode alcançar o gameta feminino e fecundá-lo. A transferência de pólen pode ser através de fatores bióticos, ou seja, com auxílio de seres vivos, ou abióticos, através de fatores ambientais. Os tipos gerais de polinização são os seguintes: 

Anemofilia: através do vento; 
Entomofilia: Termo geral para todos os meios de polinização através de insetos, mas é um termo mais usado para polinização efetuada por abelhas, vespas e moscas; 
Cantarofilia: com auxílio de besouros; 
Psicofilia: efetuada por borboletas; 
Falenofilia: através de mariposas; 
Ornitofilia: polinização feita por aves; 
Hidrofilia: através da água; 
Artificial: através do homem; 
Quiropterofilia: polinização feita por morcegos; 
Malacofilia: polinização feita por moluscos; 

Pode haver também a auto-polinização, quando uma flor recebe seu próprio pólen. Em muitos casos, a flor possui mecanismos que rejeitam o pólen produzido em suas anteras, o que assegura a reprodução sexuada, ou seja, que haja intercâmbio de genes com outros indivíduos da espécie. No entanto, indivíduos de algumas espécies não apresentam esses mecanismos, e aproveitam-se de seu próprio pólen para produzir sementes e garantir a estabilidade de sua população. Alguns destes mecanismos são: 

Dicogamia: consiste no amadurecimento dos órgãos reprodutores em épocas diferentes; a dicogamia pode ser de dois tipos: 
Protandria: quando amadurecem em primeiro lugar os órgãos masculinos e posteriormente os órgãos femininos. 
Protoginia: quando amadurecem primeiramente os órgãos femininos e posteriormente os órgãos masculinos. 
Dioicia: aparecimento de indivíduos com sexos separados: uma planta masculina e outra feminina. 
Hercogamia: ocorre uma barreira física, que separa com filetes curtos e estiletes longos. 
Heterostilia: ocorrência, nas flores, de estames com filetes curtos e estiletes longos 
Auto-esterilidade: neste caso, a flor é estéril ao pólen que ela mesma produziu. 

Entre as Gimnospermas a polinização é quase sempre anemófila. Especula-se que isso seja consequência do momento em que estas plantas evoluíram, quando não havia insetos especializados na coleta de pólen, como abelhas. A pequena variedade de meios de polinização neste grupo reflete-se na pouca variação morfológica de suas estruturas reprodutivas. 
Em contraste, entre as Angiospermas, o surgimento de flores coincidiu com o surgimento de abelhas, borboletas, mariposas, aves e mamíferos, e a estrutura reprodutiva destas plantas foi selecionada de forma a atrair estes animais, surgindo então uma miríade de formas, tamanhos, cores, aromas e texturas, cada uma de acordo com uma estratégia mais ou menos específica de atração de polinizadores. Surgiram novas estruturas, como nectários, anteras com pólen estéril, ornamentações, pétalas comestíveis, glândulas de perfume, óleo e resina, todos recursos benéficos a aqueles animais que asseguram que suas flores sejam visitadas e seu pólem carregado para outra flor da mesma espécie. 
O sucesso das Angiospermas entre os outros grupos vegetais, no que se refere à polinização, deve-se à elasticidade morfológica das flores de Angiosperma e sua capacidade de adaptação a diferentes agentes polinizadores (entre outros fatores).
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 











Flores campestres
















O Arvoredo


Nos altos ramos de árvores frondosas
O vento faz um rumor frio e alto,
Nesta Floresta, em este som me perco
E sozinho medito
Assim no mundo, acima do que sinto,
Um vento faz da vida, e a deixa, e a toma
E nada tem sentido – nem a alma
Com que penso sozinho. 


(Heterónimo de Fernando Pessoa)


1 comentário:

CristinaBSFGândara disse...

A OBRA PRIMA...CHAMADA TERRA...NOSSO PLANETA!