domingo, 1 de abril de 2012

"No meio do caminho" - Poema de Carlos Drummond de Andrade


Pintura de August Macke


No meio do caminho 


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


Carlos Drummond de Andrade


Galeria de August Macke
August Macke, Autorretrato


August Macke (Meschede, 3 de janeiro de 1887 - Perthes-lès-Hurlus, Marne, 26 de setembro de 1914) foi um pintor expressionista alemão. Em Paris, onde esteve pela primeira vez em 1907, Macke pode conhecer a obra dos impressionistas e logo depois mudou-se para Berlim, onde passou alguns meses no estúdio de Lovis Corinth. Seu estilo formou-se à maneira do impressionismo francês e do pós-impressionismo. Posteriormente atravessou um período fauve. Em 1909 casou-se com Elizabeth Gerhardt. Em 1910, graças à amizade com Franz Marc, Macke encontrou Kandinsky e, por um curto período, compartilhou da estética não-objetual e dos interesses místicos e simbólicos do grupo Der Blaue Reiter. O encontro com Robert Delaunay em Paris, no ano de 1912, representou para Macke uma espécie de revelação. O cubismo cromático de Delaunay, que Apollinaire havia definido como orfismo, influenciará a produção do artista dali em diante. Suas “Vitrines” podem ser consideradas como interpretações pessoais das "Janelas" de Delaunay, combinadas com a simultaneidade de imagens que se encontra no Futurismo italiano. A atmosfera exótica da Tunísia, onde Macke esteve em 1914 com Paul Klee e Louis Moilliet, foi fundamental para a criação da abordagem luminista do seu período final durante o qual produziu uma série de trabalhos atualmente considerados como obras-primas. A carreira de Macke foi bruscamente interrompida por sua morte prematura, em combate, na Primeira Guerra Mundial.






















“A pintura é poesia sem palavras.” 

(Voltaire)


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