quarta-feira, 15 de maio de 2024

"Numa casa muito estranha" - Poema de António Mota


Ilustração de Valentin Rekunenko (Fantasy artist, b. 1955)
 


Numa casa muito estranha

 
Numa casa muito estranha
toda feita de chocolate
vivia uma bruxa castanha
que adorava o disparate.

Punha os copos no fogão
as panelas na banheira
os sapatos nas gavetas
as meias na frigideira.
 
Escrevia com fios de água
dormia sempre de pé
cozinhava numa cama
e comia no bidé.

Varria a casa com garfos
limpava o pó com farinha
deitava cem gatos na sala
e dormia na cozinha. 


António Mota, "Se tu visses o que eu vi", 2007
Editora: Edições Asa
 
 
Ilustração de Valentin Rekunenko
 

"Leitura é exercício da condição de pensar, é alimento para a imaginação, é refinamento do espírito. De nada servem normas de 'como' escrever, a quem não tem 'o que' dizer."
 
Luzia de Maria, in Leitura & Colheita - Livros, leitura e formação de leitores, Editora Vozes, 2002. 
 
 

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