
Armand Point (French painter, engraver and designer, 1861–1932),
La Joie des choses, 1884, Museum of Fine Arts of Nancy.
Talvez
Talvez até a Vida seja simples
Os meus lábios são por exemplo
Feitos de vento
E a minha voz é uma cortina de fumo
Para me defender do frio
Lembrei-me um dia
De cortar os dedos
Para não mais escrever poesia.
(Nunca chorei tanto
em toda a minha Vida!…)
Hoje tenho a convicção das dunas.
E sei que os meus cabelos
Escrevem 365 livros por ano
E
Procuro sozinha o Infinito.
Armand Point, Reminiscing by the Pond, 1893
A roseira da manhã
a roseira da manhã
ou um pássaro azul
para o branco coração das mãos
ou ainda o lago dos teus olhos escuros
para os peixes cegos do meu amor
A roseira da manhã
a roseira da manhã
ou um pássaro azul
para o branco coração das mãos
ou ainda o lago dos teus olhos escuros
para os peixes cegos do meu amor
Maria Azenha (Coimbra,
dezembro de 1945) é uma poeta portuguesa. Licenciou-se em Ciências
Matemáticas pela Universidade de Coimbra. Exerceu funções docentes nas
Universidades de Coimbra, Évora e Lisboa. Desempenhou atividade docente
no Quadro de Nomeação Definitiva na Escola de Ensino Artístico António
Arroio. Membro da Associação Portuguesa de Escritores e Membro de Honra
do Núcleo Académico de Letras e Artes de Lisboa.


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