domingo, 18 de fevereiro de 2024

"Ficaram-me as Penas" - Poema de Cassiano Ricardo



Ferdinand von Wright (Finnish painter, 1822 - 1906), Jays, 1877, Finnish National Gallery.


Ficaram-me as Penas

 
O pássaro fugiu, ficaram-me as penas
da sua asa, nas mãos encantadas.
Mas, que é a vida, afinal? Um voo, apenas.
Uma lembrança e outros pequenos nadas.

Passou o vento mau, entre açucenas,
deixou-me só corolas arrancadas...
Despedem-se de mim glórias terrenas.
Fica-me aos pés a poeira das estradas.

A água correu veloz, fica-me a espuma.
Só o tempo não me deixa coisa alguma
até que da própria alma me despoje!

Desfolhados os últimos segredos,
quero agarrar a vida, que me foge,
vão-se-me as horas pelos vãos dos dedos.
 
 
(Jornalista, poeta e ensaísta brasileiro, 1894 - 1974) 

 
Ferdinand von Wright, The Fighting Capercaillies, 1886, Finnish National Gallery (Ateneum).


"Este mundo é um inferno para os animais e nós, humanos, seus demónios".

Citado em "Wozu Religion?: Sinnfindung in Zeiten der Gier nach Macht und Geld" 
 - página 122, Eugen Drewermann, Jürgen Hoeren - Herder, 2001 - 224 páginas.
 
 
Ferdinand von Wright, Capercaillies courting, 1862, Finnish National Gallery.


"Agarre-se a seus sonhos, pois, se eles morrerem, a vida será como um pássaro de asa quebrada, incapaz de voar." 
 
"Hold fast to your dreams, for if dreams die, life is a broken winged bird that cannot fly." 
 
The Collected Works of Langston Hughes - Página 409.
 Publicado por University of Missouri Press, 2001, 632 páginas.
 

Sem comentários: