sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

"Memmo Alfama, Lisboa" - Poema de José Luís Peixoto

 

António Soares (Ilustrador e pintor português, 1894—1978), Alfama, Lisboa, 1966
 
 
Memmo Alfama, Lisboa
 

Se o Tejo fosse um verbo ou uma fonte, haveria nesta tarde
suficiente expressão para saciar todas as bocas. Acreditamos
nos últimos dias de julho, na simples inocência dos telhados,
acreditamos no está e, logo a seguir, no já não está. Existimos
misturados com esta tarde, é a nossa respiração que a faz
entardecer.



José Luís Peixoto
, inédito
Memmo Alfama, Lisboa, 29 de julho de 2021
(daqui)
 
 

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