Poema à Janela
Tentemos ainda a inocência.
Gritem os de cima
destes raios negros
tensos no espaço
que somos realmente uns ladrões
tão ricos de pobreza
como os pássaros.
Eu digo que roubei o amor
como roubo agora
todas as riquezas dos outros
e também todas as misérias,
agora a minha própria insónia.
Guardo tudo dentro de mim
a sete chaves
e o meu esqueleto
é feito de todos os objetos
roubados.
Gritem os de cima
destes raios negros
tensos no espaço
que somos realmente uns ladrões
tão ricos de pobreza
como os pássaros.
Eu digo que roubei o amor
como roubo agora
todas as riquezas dos outros
e também todas as misérias,
agora a minha própria insónia.
Guardo tudo dentro de mim
a sete chaves
e o meu esqueleto
é feito de todos os objetos
roubados.
Cruzeiro Seixas, Obra poética,
Edições Quasi
Grafite e tinta da China sobre papel.
Noturno
Na cidade, a lua:
a joia branca que boia
na lama da rua.
Haicai do Brasil. Org. de Adriana Calcanhotto.
Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014.
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