segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

"Poema melancólico a não sei que Mulher" - Poema de Miguel Torga


 
Raimundo de Madrazo y Garreta (Spanish painter, 1841–1920),
Young Lady with a Mask and Glass of Absinthe, Unknown date.
 


Poema melancólico a não sei que Mulher 
 
 
Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.

Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão... 


Miguel Torga
, in 'Diário VII'
 
 
Raimundo de Madrazo y Garreta, Preparing for the Costume Ball, Unknown date,
 Private collection.
 
 
"Mulheres sem charme são como poetas que não leem."

"Les femmes sans charme sont comme les poètes qu'on ne lit pas."
 
Astolphe de Custine, in "Le monde comme il est" - Página 101; 
 Publicado por E. Renduel, 1835.


Raimundo de Madrazo y Garreta, Aline with a mask, Unknown date,
 

"Todo mundo diz que as mulheres são como a água. Penso que é porque a água é a fonte da vida e se adapta ao ambiente. Assim como as mulheres, a água dá de si mesma em todo lugar aonde vai para nutrir a vida."
 
  Xinran, As Boas Mulheres da China. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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