Henri Biva (French artist, 1848–1929), Chrysanthemums and roses in a vase on a salver,
Oil on canvas, 122 x 77.8 cm. Private collection.
Crisântemos
Sombrios mensageiros das violetas,
De longas e revoltas cabeleiras;
Brancos, sois o casto olhar das virgens
Pálidas que ao luar, sonham nas eiras.
Vermelhos, gargalhadas triunfantes,
Lábios quentes de sonhos e desejos,
Carícias sensuais d’amor e gozo;
Crisântemos de sangue, vós sois beijos!
Os amarelos riem amarguras,
Os roxos dizem prantos e torturas,
Há-os também cor de fogo, sensuais...
Eu amo os crisântemos misteriosos
Por serem lindos, tristes e mimosos,
Por ser a flor de que tu gostas mais!
"Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu".
Roger Martin du Gard, "Os Thibault".
Tradução de Casemiro Fernandes,
Tradução de Casemiro Fernandes,
Editora Globo, 1986.
Roger Martin du Gard en 1937,
l'année du Prix Nobel.
Roger Martin du Gard (Escritor francês, 1881-1958) é o autor de Jean Barois (1913), romance baseado no caso Dreyfus, e do fresco Les Thibault (1922-1940),
que retrata a vida de uma família francesa nas duas primeiras décadas
do século XX, demonstrando uma técnica romanesca extremamente eficaz. A
sua obra final, Souvenirs du lieutenant-colonel de Maumort (1942-1958), testemunha uma obsessão com a morte. Em 1968 foi editada a correspondência que manteve com André Gide. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1937. (daqui)
Couverture du premier volume "Le cahier gris",
édition originale, 1922.
RESUMO
'Os Thibault' - escrito em oito partes, entre 1922 e 1940 e
reunido pela Editora Globo em cinco volumes, é considerado um dos
grandes clássicos da literatura universal. Adotando os cânones do roman-fleuve [romance-rio] e do realismo do final do século XIX e início do século XX - desenvolvimento da narrativa em um longo espaço de tempo, adoção de um ponto de vista puramente objetivo para a obtenção da verdade e a apresentação da visão de conjunto de uma sociedade - Os Thibault revela os impasses morais e políticos de uma família francesa, católica e burguesa, diante dos eventos dramáticos que culminaram com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, em 1914.
Narrado ao longo das duas primeiras décadas do século XX, Du Gard contrasta a figura do velho Thibault, um conformista social e religioso, com o retrato dos seus dois filhos: Jacques, um revoltado espiritual, e Antoine, um médico prático e enérgico.
Em 1920, Roger Martin du Gard estabeleceu-se em Clermont, perto de Paris, para elaborar aquela que seria considerada a sua obra-prima. Em reclusão quase total, começou a escrever Os Thibault, cujas seis primeiras partes foram publicadas entre 1922 e 1929 (O Caderno Gris, A Penitenciária, Primavera, A Clínica, La Sorellina e A Morte do Pai).
Em 1920, Roger Martin du Gard estabeleceu-se em Clermont, perto de Paris, para elaborar aquela que seria considerada a sua obra-prima. Em reclusão quase total, começou a escrever Os Thibault, cujas seis primeiras partes foram publicadas entre 1922 e 1929 (O Caderno Gris, A Penitenciária, Primavera, A Clínica, La Sorellina e A Morte do Pai).
Du Gard só retoma a saga de Os Thibault em 1933, realizando novas pesquisas e consultas, já que considerou ser necessária uma perfeita documentação histórica para a conclusão da obra. Então, em 1936, surge Verão de 1914, a sétima parte de Os Thibault e, finalmente, em 1939, quando uma nova guerra começava, conclui a obra, lançando Epílogo, sua última parte. (daqui)
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