André Derain, Portrait of a Man with a Newspaper, 1911-1914,
Hermitage Museum
Forma de inocência
Hei de morrer inocente
exatamente
como nasci.
Sem nunca ter descoberto
o que há de falso ou de certo
no que vi.
Entre mim e a evidência
paira uma névoa cinzenta.
Uma forma de inocência,
que apoquenta.
Mais que apoquenta:
enregela
como um gume
vertical.
E uma espécie de ciúme
de não poder ver igual.
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