Museu do Solar do Aposento, Ponta Delgada, ilha da Madeira.
O Portugal futuro
O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
Portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a Espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o Portugal futuro
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
Portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a Espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o Portugal futuro
Ruy Belo, in 'Homem de Palavra[s]', 1969
Óleo sobre tela colada em cartão. Coleção particular.
Adolfo de Sousa Rodrigues (Funchal, 13 jan. 1867; Lisboa, 9 mar.
1908). Tirou o curso da Academia de Belas Artes, com altas
classificações, tendo-se dedicado à pintura histórica, sob orientação de
José Ferreira Chaves (1838-1899) e conseguindo bolsa para se
especializar em Paris, trabalhando nos ateliers de Jean Paul Laurens
(1838-1921) e Benjamin Constant (1845-1902). No 2.º ano do curso em
Lisboa já tinha alcançado o prémio Anunciação, vindo a ser depois
distinguido, em Lisboa, no Grémio Artístico, em 1895, com a terceira
medalha. Pintou Agostinho de Ornelas e Vasconcelos (1836-1901), hoje na
coleção dos descendentes, em Paris e o rei D. Carlos (1863-1908), nas
coleções da Câmara Municipal do Funchal, uma alegoria à História no teto
da entrada do Museu Militar de Lisboa, etc., tendo as palmas da
Academia de França e a ordem de Isabel, a Católica, de Espanha. (daqui)
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