Joaquín Vayreda (Pintor espanhol, 1843 - 1894), Salida de la luna, 1883, Museo de Montserrat.
Ao Luar
Quando, à noite, o Infinito se levanta
A luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!
Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!
Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...
Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!
Joaquín Vayreda, Pesadumbre, c. 1876, Museo Nacional de Arte de Cataluña.
“Sentimento
que não espairo; pois eu mesmo nem acerto com o mote disso ― o que
queria e o que não queria, estória sem final. O correr da vida embrulha
tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e
depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.
O que Deus
quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no
meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim
de repente, na horinha em que se quer, de propósito ― por coragem. Será?
Era o que eu às vezes achava. Ao clarear do dia.”
Guimarães Rosa (1908-1967), Grande Sertão: Veredas, página 293.
Joaquín Vayreda, Campo de Alfalfa, 1880-83, Museo de Montserrat.
"Longe,
sob o sol, estão minhas mais elevadas aspirações. Talvez não as
alcance, mas posso ver sua beleza, crer nelas e procurar seguir seu
rumo."
Louisa May Alcott, "Work: A Story of Experience", 1873.
Louisa May Alcott, "Work: A Story of Experience", 1873.
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