Maria Helena Vieira da Silva - Habitação axadrezada, 1935
Poema sobre a recusa
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.
In "Vozes e Olhares Femininos"
Edições Afrontamento, Porto, 2001
Maria Helena Vieira da Silva - Desastre, 1932
"A observação do Outro: a diferença é o que nos une e separa. Quando o eu descobre o outro começa a guerrilha sem fim. O nó que se faz-desfaz. A escolha: o gelo da solidão ou a horrível queimadura da vida." - Ana Hatherly
Maria Helena Vieira da Silva - Cortejo, 1934
"A obra de arte é um acontecimento que consome ao ser consumida."
Maria Helena Vieira da Silva - Estúdio em Lisboa, 1936
"Não medir a altura do sonho. Não medir a distância de um sorriso. Quando a espuma das ondas chega à areia qualquer coisa de irreversível acontece." - Ana Hatherly
Maria Helena Vieira da Silva - Les yeux, 1937
"Keats disse que uma coisa bela é uma alegria eterna. Hoje a beleza é a voz sufocada de uma perdida sabedoria." - Ana Hatherly
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