sábado, 9 de maio de 2015

"Seguro assento na coluna firme" - Poema de Ricardo Reis / Fernando Pessoa





Seguro assento na coluna firme 
(1)

Seguro assento na coluna firme
Dos versos em que fico,
Nem temo o influxo inúmero futuro
Dos tempos e do olvido;
Que a mente, quando, fixa, em si contempla
Os reflexos do mundo,
Deles se plasma torna, e à arte o mundo
Cria, que não a mente.
Assim na placa o externo instante grava
 Seu ser, durando nela.


Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
1ª publ. in Atena, nº 1. Lisboa: Out. 1924.


Palácio de Versalhes (Château de Versailles)
Lugar de residência privilegiado da monarquia francesa de Luís XIV a Luís XVI, o castelo de Versailles, a 16 Km a sudoeste de Paris, embelezado por várias gerações de arquitetos, escultores, ornamentistas e paisagistas, foi para a Europa durante mais de um século o modelo daquela que devia ser uma residência real.


Fachada do Palácio de Versalhes, França - Arquitetura Barroca Francesa


Palácio de Versalhes (Château de Versailles) é um castelo real localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.
Em 1660, de acordo com os poderes reais dos conselheiros que governaram a França durante a menoridade de Luís XIV, foi procurado um local próximo de Paris mas suficientemente afastado dos tumultos e doenças da cidade apinhada. O monarca queria um local onde pudesse organizar e controlar completamente um Governo da França por um governante absoluto. Resolveu assentar no pavilhão de caça de Versalhes, e ao longo das décadas seguintes expandiu-o até torná-lo no maior palácio do mundo. 
Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da Monarquia absoluta, a qual Luís XIV sustentou.


Luís XIV (1638-1715), o Rei-Sol, filho de Luís XIII e de Ana da Áustria


Considerado um dos maiores do mundo, o luxuoso Palácio de Versalhes, construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664, foi por mais de um século modelo de residência real na Europa. Possui 2 153 janelas, 67 escadas, 352 chaminés, 700 quartos, 1 250 lareiras e 700 hectares de parque. 


Louis Le Vau, primeiro arquiteto de Versalhes.


Incumbido da tarefa de transformar o que era o pavilhão de caça de Luís XIII, no mais opulento palácio da Europa, o arquiteto Louis Le Vau reuniu centenas de trabalhadores e começou a construir um novo edifício ao lado do já existente. Foram assim realizadas sucessivas ampliações - apartamentos reais, cozinhas e estábulos - que formaram o Pátio Real. Le Vau, não conclui as obras. 


Jules Hardouin-Mansart (1646-1708), segundo arquiteto de Versalhes,
por Hyacinthe Rigaud (1659-1743).


Após a morte do arquiteto Louis Le Vau, Jules Hardouin-Mansart tornou-se, em 1678, o arquiteto responsável por dar continuidade ao projeto de expansão do palácio.


Jules Hardouin-Mansart,  Grande Trianon, interior


Jules Hardouin-Mansart, Galerie des Glaces (Galeria dos Espelhos)


Jules Hardouin-Mansart foi quem construiu o Laranjal, o Grande Trianon, as alas Norte e Sul do Palácio, a Capela e a Galeria dos Espelhos (onde foi ratificado, em 1919, o Tratado de Versalhes). A última, trata-se de uma sala com 73m de comprimento, 12,30m de altura e iluminada por dezessete janelas que têm a sua frente, espelhos que refletem a vista dos jardins.


Charles Le Brun (1619-1690), retrato por Nicolas de Largilliere


Na segunda metade do século XVIICharles Le Brun  já se encontrava ao serviço de Luís XIV de França, a dirigir a Academia Real de Pintura e Escultura fundada por ele e na decoração do Palácio de Versalhes, para quem trabalhou até à data da sua morte.


André Le Nôtre (1613-1700), por Carlo Maratta


Em 1837 o castelo foi transformado em museu de história. O palácio está cercado por uma grande área de jardins, uma série de plataformas simétricas com canteiros, estátuas, vasos e fontes trabalhados, projetados por André Le Nôtre. Como o parque é grande, um trem envidraçado faz um passeio entre os monumentos. 
Classificados como património mundial da Humanidade pela Unesco em 1979, o palácio e o parque de Versailles representam uma das mais belas criações de arte francesa do Séc. XVII. (Daqui)

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