Carolus-Duran (French painter, 1837–1917), Portrait of Mademoiselle de Lancey, 1876.
Bela d'amor
Pois essa luz cintilante
Que brilha no teu semblante
Donde lhe vem o esplendor?
Não sentes no peito a chama
Que aos meus suspiros se inflama
E toda reluz de amor?
Pois a celeste fragrância
Que te sentes exalar,
Pois, dize, a ingénua elegância
Com que te vês ondular
Como se baloiça a flor
Na Primavera em verdor,
Dize, dize: a natureza
Pode dar tal gentileza?
Quem ta deu senão amor?
Vê-te a esse espelho, querida,
Ai!, vê-te por tua vida,
E diz se há no céu estrela,
Diz-me se há no prado flor
Que Deus fizesse tão bela
Como te faz meu amor.
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'
Que brilha no teu semblante
Donde lhe vem o esplendor?
Não sentes no peito a chama
Que aos meus suspiros se inflama
E toda reluz de amor?
Pois a celeste fragrância
Que te sentes exalar,
Pois, dize, a ingénua elegância
Com que te vês ondular
Como se baloiça a flor
Na Primavera em verdor,
Dize, dize: a natureza
Pode dar tal gentileza?
Quem ta deu senão amor?
Vê-te a esse espelho, querida,
Ai!, vê-te por tua vida,
E diz se há no céu estrela,
Diz-me se há no prado flor
Que Deus fizesse tão bela
Como te faz meu amor.
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'
Sem comentários:
Enviar um comentário