Missão de coelho
A criança de cabelos de cachos
jogou um sorriso no mundo
e foi fabricar seus brinquedos
Riu das chaminés variadas
e de todos os barulhos metálicos
Galopou sobre os telhados
Deu um mergulho profundo
na liberdade das praças
Virou risco e voou
entre as folhas dos galhos
Fez fila com as formigas
e carregou toras e copas
Participou de um enxame
trabalhando cera e mel
Deu pulos deu cambalhotas
ficou de olhos vermelhos
em sua missão de coelho
Contou história de urso
e continuou carregando cachos
em seus próprios cabelos
Sônia Ferreira
Seymour Joseph Guy, Daydreaming
A criança de cabelos de cachos
jogou um sorriso no mundo
e foi fabricar seus brinquedos
Riu das chaminés variadas
e de todos os barulhos metálicos
Galopou sobre os telhados
Deu um mergulho profundo
na liberdade das praças
Virou risco e voou
entre as folhas dos galhos
Fez fila com as formigas
e carregou toras e copas
Participou de um enxame
trabalhando cera e mel
Deu pulos deu cambalhotas
ficou de olhos vermelhos
em sua missão de coelho
Contou história de urso
e continuou carregando cachos
em seus próprios cabelos
Sônia Ferreira
Seymour Joseph Guy, Daydreaming
Ladainha
Asas de borboletas
— dêem-me a leveza do voo
Sereno das manhãs
— dêem-me a força do sol
Brisa dos campos
— ensina-me a conviver com as tardes
Laranjais brancos de flor
— quero colorir os quintais
Pipoqueiro de chapéu de palha
— plante vida nos olhos
Sinos da capelinha
— permitam-me anunciar o amor
Cigarra da primavera
— quero morrer de cantar
Mãos do lavrador
— façam-me semente no chão!
Asas de borboletas
— dêem-me a leveza do voo
Sereno das manhãs
— dêem-me a força do sol
Brisa dos campos
— ensina-me a conviver com as tardes
Laranjais brancos de flor
— quero colorir os quintais
Pipoqueiro de chapéu de palha
— plante vida nos olhos
Sinos da capelinha
— permitam-me anunciar o amor
Cigarra da primavera
— quero morrer de cantar
Mãos do lavrador
— façam-me semente no chão!
Sônia Ferreira,
JANELAS DE CAMPO FORMOSO. Brasília: Thesaurus, 1991.
Seymour Joseph Guy, Wading
Anjo
Anjo
Não sei se você
é periquito, sabiá,
bem-te-vi.
Não sei se você
é pai, padre,
pastor.
Sei que você
tem cajado,
tem relva,
tem prado.
Não sei se você
é contemplativo,
inquieto,
operário, administrador.
Só sei que você
tem asas de anjo,
soprando versos,
sobre a incerteza
do mundo.
é periquito, sabiá,
bem-te-vi.
Não sei se você
é pai, padre,
pastor.
Sei que você
tem cajado,
tem relva,
tem prado.
Não sei se você
é contemplativo,
inquieto,
operário, administrador.
Só sei que você
tem asas de anjo,
soprando versos,
sobre a incerteza
do mundo.
Sônia Ferreira
Sônia Ferreira é poetisa, cronista, ensaísta e animadora cultural. Filha do folclorista e animador cultural Joaquim Luiz Ferreira, e da artesã Leolina Gonzaga Ferreira, nasceu na Fazenda Samambaia, Orizona/GO. É diplomada em Línguas Neolatinas e em Orientação Educacional, com Mestrado em Educação. É especialista em Dinâmica de Grupos Comunitários e em Psicometria. É Professora Universitária, Jornalista, Consultora em Educação e Cultura e Pesquisadora.
Obra poética: Janelas de Campo Formoso,1991; Bucólica, 1991; Licores de Outros Quintais, 2001; Compotas de Poesias e Caldas, 2005; Chuva de Poesias, Cores e Notas no Brasil Central, 2005/2006 (1.a e 2.a edições ); Labaredas do Fogão - poemas e panelas (inédito); Dinâmica do Potencial Criador nas Escolas (inédito); Ação Pedagógica para Áreas Rurais (Tese de Mestrado). (Daqui)
Obra poética: Janelas de Campo Formoso,1991; Bucólica, 1991; Licores de Outros Quintais, 2001; Compotas de Poesias e Caldas, 2005; Chuva de Poesias, Cores e Notas no Brasil Central, 2005/2006 (1.a e 2.a edições ); Labaredas do Fogão - poemas e panelas (inédito); Dinâmica do Potencial Criador nas Escolas (inédito); Ação Pedagógica para Áreas Rurais (Tese de Mestrado). (Daqui)
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