sexta-feira, 11 de julho de 2025

"Uma constante da vida" - Poema de Ana Luísa Amaral

 

 
Cruzeiro Seixas (Poeta e pintor surrealista português, 1920-2020), S/Título - Serigrafia.
 
 
 
Uma constante da vida 


Errámos junto
à História: devíamos
pegar em foices e enxadas
e destruir mil campos
de pensar:
computadores, ogivas nucleares,
assentos petrolíferos e mais:
centrais de mil cisões
(e, já agora, aquele pequeníssimo
sonar)

Errámos pela
História: enquanto tempo,
devíamos pegar nas foices,
nas enxadas.
E nos anéis das fadas
plantar outras sementes: bombas
despoletadas, ferrugentas,
que dessem trigo e paz

Errámos nas histórias
de encantar:
um lobo freudiano, um capuchinho,
um osso pela grade
da prisão.
Voltaram as sereias
sentadas no olhar em devoção
(sem nunca terem nem sequer
partido)

(E seduz-nos ainda
esse cantar.)
Errámos sem saber
que o seu vagar é tal
que o sonho, cedo ou tarde,
se fará.
Que ao lado da cisão: a catedral
e ao lado do vitral: irracional
razão

A história junto
à História,
a enxada quebrada pelo chão.


Ana Luísa Amaral, in Às vezes o Paraíso
Quetzal Editores. Lisboa. 1998.
 
 
 
Cruzeiro Seixas, A Balança, 1993.
 

"As pessoas educam para a competição e esse é o princípio de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz."

Maria Montessori, "A Educação e a Paz",

 

"A Educação e a Paz" de Maria Montessori,
 Ed. Papirus, 2004.


Descrição 
 
Publicada pela primeira vez em 1949, a obra A educação e a paz permanece atual, pois o homem ainda não aprendeu a viver em paz, embora já estejamos no terceiro milénio. Maria Montessori evoca aqui uma educação que possibilite o desenvolvimento do que há de melhor em cada indivíduo, abandonando a priorização da posse material, de modo que, ao estar bem consigo mesmo, o indivíduo possa conviver melhor com os demais, respeitando as diferenças. O homem ainda está em busca de soluções relacionadas a ideologias políticas, a ciências económicas, mas se esqueceu de buscá-las em uma educação que valorize o indivíduo harmonizado consigo mesmo e com o universo, a solução definitiva para a construção da paz. Nesta obra encontram-se compiladas as conferências em que a educadora defende essa proposta educacional, que há de provocar uma grande transformação nas relações humanas, no sentido de que saibamos nos compreender e amar como irmãos. Temos ainda muito a aprender com essa admirável educadora, uma vez indicada ao prémio Nobel da Paz, e com este trabalho magnífico em prol de uma educação para a paz! - Papirus Editora

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