É um prelúdio de alegrias
É um prelúdio de alegrias e esperanças em que o poeta
percorre a geografia, a história e a atmosfera lusitana.
Em Portugal, à sombra de mim mesma,
pela primeira vez fui livre
e sem cuidado,
amando o meu estar ali
de forma tão intensa
que mal me reconheci.
E, contudo, não era a liberdade
que a distância da pátria
(ou da família)
concedia:
mais densa e mais profunda, era
uma sensação tão nova
que ia ao antes de partirem as caravelas,
ao antes do antes em que se imaginavam
as grandes aventuras
e suas descobertas.
Lembrança de Camões, Pessoa, Eça.
À beira-mar ou na montanha,
era sempre um bem-estar,
era sempre um reencontro
com o que nunca vira
e reconhecia, no entanto,
como se alguma vez
por lá andara. Era na certa
o sangue português.
Marly de Oliveira,
in "Viagem a Portugal", 1986.
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