Pintura de Antonio Capel
Vem cá, meu gato
Vem cá, meu gato, aqui no meu regaço;
Guarda essas garras devagar,
E nos teus belos olhos de ágata e aço
Deixa-me aos poucos mergulhar.
Quando meus dedos cobrem de carícias
Tua cabeça e dócil torso,
E minha mão se embriaga nas delícias
De afagar-te o elétrico dorso,
Em sonho a vejo. Seu olhar, profundo
Como o teu, amável felino,
Qual dardo dilacera e fere fundo,
E, dos pés à cabeça, um fino
Ar subtil, um perfume que envenena
Envolve-lhe a carne morena.
Charles Baudelaire, in “As Flores do Mal”.
(Tradução de Ivan Junqueira)
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 185.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 185.
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