quinta-feira, 13 de agosto de 2020

"Ode à Alegria" - Poema de Friedrich Schiller


Jan Steen (Dutch Golden Age painter, c. 1626 -1679), The Merry Family (1668),
 huile sur toile de 110,5 × 141 cm, Rijksmuseum, Amsterdam. 



Ode à Alegria
Versão: Arthur Nestrovski 


Oh, Glória!, me diz que nos move.
Outro tom, outro segredo
Glorioso caminho além!
[L. van Beethoven]


Glória! Glória!
Alegria, alegria
Filha do divino em nós
Abre as portas do destino
E entre a humanidade, após!
Teu apelo vê reunido
O que era dividido em vão,
Homens e mulheres, todos
São agora irmã e irmão.
Quem já foi amigo de um amigo
Sabe o bem que faz,
Quem já foi o amor de um ser amado
Encontr’uma outra paz.

Quem já teve um’alma no mundo,
A calma no fundo do esplendor;
Quem não teve, chora agora
A dor da vida sem amor.

Alegria vem do céu, do chão,
Do sol, do mar, de um som;
Quem do bem e quem do mal
Igual recolhe o mesmo dom.
Vêm de quem os beijos e o vinho
E ao fim do caminho um par só seu?
Mesmo o verme vive a vida
E o Querubim que está com Deus.

Vou, vou, como teus sóis
Girando no firmamento;
Vão, amigos, contra o vento
Com a alegria de um herói.

Num abraço, multidões!
Mundo inteiro, um beijo só!
Amigos! Muito além do céu
Vive sempre um Pai de todos.
Não te ajoelhas, multidão?
Mundo: vês teu Criador?
Busca muito além do céu!
Sobre o Sol, p’ra sempre, vive.


O Hino à Alegria, ou Ode à Alegria (em alemão Ode an die Freude), é o nome do poema escrito por Friedrich Schiller em 1785 e tocado no quarto movimento da 9.ª sinfonia de Ludwig van Beethoven.
Neste poema Schiller expressa uma visão idealista da raça humana como irmandade, uma visão que tanto este como Beethoven partilhavam.


 
Jan Steen, The Dancing Couple, c. 1663


Ode à Alegria 
(Tradução desconhecida)

Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.

Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!

Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!

Friedrich Schiller (1759-1805)
Tradução desconhecida




Jan Steen, Comme les vieux chantent, les enfants piaillent, 1662, Musée Fabre


Ode an die Freude
(Original em alemão)

O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!

Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!

Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer’s nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!

Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.

Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt’gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.

Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über’m Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such’ ihn über’m Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen. 


Friedrich Schiller
(1759-1805)


Sinfonia n.º 9 (Beethoven) - Chicago Symphony Orchestra - Riccardo Muti


1:51 Allegro ma non troppo, un poco maestoso 19:52 Molto vivace - Presto 35:50 Adagio molto e cantabile - Andante moderato - Andante Timestamps for Finale: "Movement" 1 52:14 Presto 55:26 Ode to Joy [Orchestral] 59:13 Presto 1:00:19 Ode to Joy (Freude, schöner Götterfunken) [Choral 1] "Movement" 2 1:03:14 Allegro molto assai (Froh, wie seine Sonnen fliegen) [Turkish March] 1:06:49 Ode to Joy (Freude, schöner Götterfunken) [Choral 2] "Movement" 3 1:07:47 Andante maestoso (Seid umschlungen, Millionen!) 1:09:34 Adagio ma non troppo (Ihr stürzt nieder, Millionen?) "Movement" 4 1:11:37 Allegro energico (Fugue on "Freude" and "Seid umschlungen" themes) 1:14:10 Allegro ma non tanto (Freude, Tochter aus Elysium) 1:15:50 Poco adagio (Alle Menschen werden Brüder) 1:16:48 Poco Allegro — Prestissimo (Seid umschlungen, Millionen!)

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