Giovanni Boldini (Italian painter, 1842-1931), The Divine in Blue, 1905
Das impossíveis semelhanças
É quando a morte se instala
à nossa volta entre os que mais amámos:
os que nos foram vida, os nossos,
os amigos
– e de repente, também os que seguimos
desde jovens e só reconhecemos por jornais,
e tornaram o mundo um lugar mais ameno
como o mundo poderia realmente ser
Ouvi pela primeira vez 'Take this Waltz'
na mesma altura em que escrevi um poema
com cavalos de pedra e uma fotografia
que tirei a seu lado, não de Leonard Cohen,
mas de alguém por quem me apaixonei, e tão eficazmente
como acontece a um míssil
de precisão absoluta
Ainda vive (e bem), mas é como
se tivesse quase desaparecido,
uma fotografia antiga levemente a esbater-se,
desmanchando-se em cinza com a luz do sol,
o que é muito parecido
com morrer
(Mas, por muito que eu tente imaginar
que é semelhante,
de facto não é a mesma coisa.
Não, não é a mesma coisa)
Ana Luísa Amaral
Giovanni Boldini, The pianist Alexandre Rey Colaço (1854-1928, Portuguese pianist)
Regressado a Lisboa, foi aconselhado pelo violinista e chefe de orquestra Enrique Fernández Arbós a prosseguir os seus estudos em Berlim. O jovem pianista partiu então para a capital alemã onde frequentou, durante quatro anos, a Hochschule fur Müsik. Por seu extraordinário talento, foi convidado a ensinar piano na mesma Escola, cujo diretor era o famoso violinista húngaro Joseph Joachim, grande intérprete e amigo de Robert Schumann e Johannes Brahms.
Em 1887, regressou definitivamente a Lisboa, tornou-se cidadão português
e, demonstrou
o seu talento de concertista, em extraordinárias sessões de música de
câmara. Dez anos mais tarde, foi designado professor do Conservatório
Real de Lisboa e, entre 1915 e 1919, requereu uma licença sem vencimento
por não ter sido escolhido como um dos membros da comissão responsável
pela reforma do ensino artístico. Foi ainda professor dos príncipes D. Luís Filipe de Bragança e D. Manuel de Bragança (futuro rei D. Manuel II de Portugal), entre 1903 e 1910, e pianista da Real Câmara.
Compôs obras de índole nacionalista, como Cantigas de Portugal (para piano e voz) e Fados (9 peças para piano). Rey Colaço, juntamente com Viana da Mota, foi um dos maiores pianistas portugueses do final do século XIX e do primeiro quartel do século XX. Foi ainda um dos primeiros compositores eruditos a valorizar a música popular portuguesa, tornando-se, por isso, precursor de Freitas Branco e de Lopes-Graça.
Das impossíveis semelhanças
É quando a morte se instala
à nossa volta entre os que mais amámos:
os que nos foram vida, os nossos,
os amigos
– e de repente, também os que seguimos
desde jovens e só reconhecemos por jornais,
e tornaram o mundo um lugar mais ameno
como o mundo poderia realmente ser
Ouvi pela primeira vez 'Take this Waltz'
na mesma altura em que escrevi um poema
com cavalos de pedra e uma fotografia
que tirei a seu lado, não de Leonard Cohen,
mas de alguém por quem me apaixonei, e tão eficazmente
como acontece a um míssil
de precisão absoluta
Ainda vive (e bem), mas é como
se tivesse quase desaparecido,
uma fotografia antiga levemente a esbater-se,
desmanchando-se em cinza com a luz do sol,
o que é muito parecido
com morrer
(Mas, por muito que eu tente imaginar
que é semelhante,
de facto não é a mesma coisa.
Não, não é a mesma coisa)
Ana Luísa Amaral
Giovanni Boldini, The pianist Alexandre Rey Colaço (1854-1928, Portuguese pianist)
Alexandre Rey Colaço foi um pianista, compositor e pedagogo português nascido a 30 de abril de 1854, em Tânger, Marrocos.
Frequentou
o Conservatório de Música de Madrid onde obteve o 1.º prémio na categoria de
Piano, em 1874, e depois foi reconhecido artisticamente em Lisboa, após
dois concertos: um, no Conservatório; o outro, no Teatro D. Maria II.
Posteriormente, foi para Paris aperfeiçoar-se em Piano. Aí, estudou com
Théodore Ritter e George Mathias, último discípulo de Chopin, e
contactou com o compositor Gabriel Fauré.
Regressado a Lisboa, foi aconselhado pelo violinista e chefe de orquestra Enrique Fernández Arbós a prosseguir os seus estudos em Berlim. O jovem pianista partiu então para a capital alemã onde frequentou, durante quatro anos, a Hochschule fur Müsik. Por seu extraordinário talento, foi convidado a ensinar piano na mesma Escola, cujo diretor era o famoso violinista húngaro Joseph Joachim, grande intérprete e amigo de Robert Schumann e Johannes Brahms.
Compôs obras de índole nacionalista, como Cantigas de Portugal (para piano e voz) e Fados (9 peças para piano). Rey Colaço, juntamente com Viana da Mota, foi um dos maiores pianistas portugueses do final do século XIX e do primeiro quartel do século XX. Foi ainda um dos primeiros compositores eruditos a valorizar a música popular portuguesa, tornando-se, por isso, precursor de Freitas Branco e de Lopes-Graça.
Alexandre Rey Colaço faleceu a 11 de setembro de 1928, em Lisboa. (Daqui)
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