sábado, 15 de agosto de 2020

"Cantar de Ceifa" - Poema de Félix Lope de Vega


Anna Ancher, Harvesters, 1905
 


Cantar de Ceifa


Tão branca tanto que eu era,
quando entrei para ceifar;
deu-me o sol, fiquei morena.

Tão branca soía eu ser
antes de vir a ceifar,
mas não quis o sol deixar
branco o fogo em meu poder.
No tempo do amanhecer
era eu brilhante açucena:
deu-me o sol, fiquei morena.


Félix Lope de Vega
(1562-1635)
Tradução de Jorge de Sena 



Achille Beltrame (italian, 1871-1945), Untitled 


Indiscrição


 O vento contou:
uma rosa floresceu
no jardim vizinho.

Helena Kolody
(Haicai)


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