Não voltarás
não voltarás
olhando as ruas
na vidraça nua os zimbros
da terra ocre
moras secreta nestes barros
tua flauta canta nas montanhas
pedras e trepadeiras se enroscam
perto do teu rosto
e são de
água
sabes plantar o odor
dos frutos
tangerina limão
pássaras orvalho
a nervura das manhãs
e o lume dos poemas
quente metalurgia
das palavras
como ontem (tu eras morta)
prolonga-te nestas mãos
no maio das rotas
de abril
tecidas
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