Gaita
A gaita hoje está louca de amargura:
geme e chora como um coração partido
nas mãos morenas do gaiteiro.
Dói uma dor profunda em seu gemido.
Quando a gaita se abre toda,
o homem parece crucificado,
implorativo, doloroso...
Depois se encurva corcoveia ondula,
vai-vem!
Lembra o mar!
Lembra tudo o que é cruciante na tortura de gritar!
Cordeona trémula,
turva de raiva contida,
cheia de humana amarugem,
há um gemido de trova em teu soluço,
há um soluço de amor em teu gemido...
Augusto Meyer, em “Coração verde”,
Porto Alegre: Globo, 1926
A gaita hoje está louca de amargura:
geme e chora como um coração partido
nas mãos morenas do gaiteiro.
Dói uma dor profunda em seu gemido.
Quando a gaita se abre toda,
o homem parece crucificado,
implorativo, doloroso...
Depois se encurva corcoveia ondula,
vai-vem!
Lembra o mar!
Lembra tudo o que é cruciante na tortura de gritar!
Cordeona trémula,
turva de raiva contida,
cheia de humana amarugem,
há um gemido de trova em teu soluço,
há um soluço de amor em teu gemido...
Augusto Meyer, em “Coração verde”,
Porto Alegre: Globo, 1926
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