sábado, 22 de dezembro de 2012

"É Natal" - Poema de Eugénio de Andrade


Albert Chevallier TaylerThe Christmas Tree, 1911, Private collection



É Natal 


É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os diospiros ardendo na sombra.
Quem tem assim o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.



Eugénio de Andrade, in Rente ao Dizer



Viggo Johansen (1851-1935), Happy Christmas, 1891, Hirschsprung Collection
 
 

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