sábado, 22 de outubro de 2011

"Balada de Sempre" - Poema de Fernando Namora


 
August Strindberg (Swedish playwright, novelist, poet, essayist and painter, 1849–1912),  
 Sunset, 1892 
 


Balada de Sempre


Espero a tua vinda
a tua vinda,
em dia de lua cheia.

Debruço-me sobre a noite
a ver a lua a crescer, a crescer...

Espero o momento da chegada
com os cansaços e os ardores de todas as chegadas...

Rasgarás nuvens de ruas densas,
Alagarás vielas de bêbados transformadores.
Saltarás ribeiros, mares, relevos...
- A tua alma não morre
aos medos e às sombras!

Mas...,
Enquanto deixo a janela aberta
para entrares,
o mar,
aí além,
sempre duvidoso,
desenha interrogações na areia molhada...


Fernando Namora, in 'Relevos'


Música de Igor Krutoy


"O sorriso que ofereceres, a ti voltará outra vez." 


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