Ferdinand Georg Waldmüller, Família na janela em Fenster, 1840
Irmão, Irmãos
Cada irmão é diferente.
Sozinho acoplado a outros sozinhos.
A linguagem sobe escadas, do mais moço,
ao mais velho e seu castelo de importância.
A linguagem desce escadas, do mais velho
ao mísero caçula.
São seis ou são seiscentas
distâncias que se cruzam, se dilatam
no gesto, no calar, no pensamento?
Que léguas de um a outro irmão.
Entretanto, o campo aberto,
os mesmos copos,
o mesmo vinhático das camas iguais.
A casa é a mesma. Igual,
vista por olhos diferentes?
São estranhos próximos, atentos
à área de domínio, indevassáveis.
Guardar o seu segredo, sua alma,
seus objetos de toalete. Ninguém ouse
indevida cópia de outra vida.
Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?
Carlos Drummond de Andrade,
in 'Boitempo'
Carlos Drummond de Andrade
Brasil
1902 // 1987
Escritor/Poeta/Prosador
Galeria de Ferdinand Georg Waldmüller
Ferdinand Georg Waldmüller - Vendedor de frutas Veneziano
Ferdinand Georg Waldmüller - Tempo de rosas, 1864
Ferdinand Georg Waldmüller - No campo, 1862
Óleo sobre tela - Coleção particular
Óleo sobre tela - Coleção particular
Ferdinand Georg Waldmüller - Os vizinhos, 1859
Óleo sobre madeira, 42 x 53
Ferdinand Georg Waldmüller - Montanhas do Arco em Riva, 1841
Óleo sobre tela - 44,5 x 58
Ferdinand Georg Waldmüller - Dia de sol, 1848 - Coleção particular
Ferdinand Georg Waldmüller - Wolfgangsee, 1835
Pintura de Ferdinand Georg Waldmüller
Sem comentários:
Enviar um comentário