Anders Zorn (Swedish painter, sculptor, and etching artist, 1860–1920),
Omnibus I, 1892, Nationalmuseum, Stockholm.Divórcio
Cidade muda, rente a meu lado,
Como um fantasma sob a neblina...
Há cem mil rostos. Tanto soldado
E tanto abraço desesperado
Nesta cidade tão masculina!
Cidade muda como um soldado.
Cidade cega. Todos os dias,
A nossa vida fica mais breve,
As nossas mãos ficam mais frias...
Todos os dias, todos os dias,
A morte paga, paga a quem deve.
Cidade cega todos os dias.
Cidade oblíqua. Sexo pesado.
Rio de cinza, lúgubre e lento...
Bandeira negra, barco parado,
Nunca o teu nome foi batizado
Nem o teu beijo foi casamento!
Cidade minha, do meu pecado...
Cidade estranha, sabes que existo?
Os homens passam... Para onde vão?
Só tem amores quem não for visto.
Por isso canto, só porque insisto
Em dar combates à tentação.
Oh! a volúpia de não ser visto!
Pedro Homem de Mello,
in "Grande, Grande Era a Cidade..."
De nada sei
Como as rosas.
De nada sei
Como as nuvens.
De nada sei
Como as pedras
Que nada sabem de mim.
Pedro Homem de Melo
Como as rosas.
De nada sei
Como as nuvens.
De nada sei
Como as pedras
Que nada sabem de mim.
Pedro Homem de Melo
Anders Zorn, Self-Portrait with Hat, 1907
"A visão torna o mundo uma janela, mas percebemos que há outras dimensões igualmente fulcrais do olhar. A começar pela dimensão de reflexividade: o nosso corpo, que olha todas as coisas, pode também olhar-se; ele é ao mesmo tempo vidente e visível."
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