– óleo sobre tela – 61,6 x 45,7 cm – coleção particular
Letra para uma valsa romântica
A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Manuel Bandeira
John William Waterhouse, Circe, 1911
Os feitiços mais comuns e mais encomendados aos feiticeiros eram os de amor e os de malefício, sendo que os feiticeiros conheciam uma quantidade muito maior de sortilégios que usavam também em seu benefício. São bastantes as representações dos atos de magia, em que aparecem o círculo mágico onde se desenrola a ação, os símbolos arcanos, os recipientes com venenos e poções, fórmulas mágicas e gestos rituais, assim como objetos, plantas e animais simbólicos.
No âmbito da feitiçaria, encontra-se também a invocação de espíritos de pessoas já falecidas, como acontece no episódio da Bíblia em que o rei Saúl ordena à bruxa de Endor que convoque a alma do profeta Samuel para saber como decorreria a batalha que iria travar contra os Filisteus.
A feitiçaria é um dos temas mais recorrentes em quase todas as mitologias, como acontece, por exemplo, na maia: uma das lendas desta mitologia faz referência a uma deusa feiticeira chamada Malinal-Xóchitl, cujos obscuros poderes fizeram com que o seu irmão Huitzilopochtli a abandonasse; ela decidiu então criar com o seu povo a cidade feiticeira de Malinalco. Mas a história de feitiçaria que mais impacto teve nesta cultura foi a do feiticeiro Tezcatlipoca, irmão do deus supremo Quetzalcoátl, que colocou um espelho de obsidiana perante Quetzalcoátl para que este visse que o seu carácter bondoso era apenas uma máscara. O desgosto que lhe causou o que viu no espelho fez com que Quetzalcoátl se embebedasse com pulque, tivesse relações com a sua própria irmã e, no dia seguinte, ao dar-se conta do que fizera, tivesse desaparecido em direção ao Oriente, deixando o seu povo na expectativa do retorno. Esta lenda acabou por ter consequências na prática, visto que a conquista do México foi grandemente facilitada por grande parte das tribos Maias considerarem Hernán Cortés uma encarnação de Quetzalcoátl. (Daqui)
(Séneca)
Letra para uma valsa romântica
A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Manuel Bandeira
John William Waterhouse, Circe, 1911
As artes da feitiçaria, incluídas nas
esotéricas, remontam a tempos imemoriais, sendo os bruxos e feiticeiros
arquétipos de grande importância em praticamente todas as civilizações e
culturas mundiais.
A magia é tradicionalmente dividida em "branca" e
"negra", sendo costume incluir a feitiçaria nesta última (apesar de esta
divisão nem sempre ser linear, como adiante se verá). De aí que os
feiticeiros sejam enigmáticos, operem na obscuridade, e por estas razões
lhes tenham sido atribuídos muitos males e catástrofes ocorridos ao
longo da História.
Ao serem antissociais, tornaram-se naturalmente os elementos mais
indicados para arcarem com a culpa de calamidades da Natureza, doenças,
mortes, epidemias, males morais e afins. Os feiticeiros socorriam-se de
um conjunto de sortilégios, técnicas e instrumentos para manipular a
energia psíquica do Homem e as manifestações da Natureza, sendo este
poder, que os seres humanos normalmente não possuem, o que os tornava
tão temidos.
A tradição tornou inesquecíveis figuras relevantes em culturas como a grega, em que a beleza mascarava os dons de feitiçaria que possuíam Medeia, Melissa, Alcina e Circe, por exemplo. A deusa Hécate era, na Grécia, a protetora das feiticeiras, uma vez que simbolizava o percurso para além da morte. As bruxas ou feiticeiras podiam ser boas ou más, como transparece nos romances da Idade Média, em que os cavaleiros e heróis das histórias eram protegidos por mulheres misteriosas (como Morgana e Melusina, por exemplo) que derrubavam os obstáculos que para um mero mortal eram intransponíveis.
A tradição tornou inesquecíveis figuras relevantes em culturas como a grega, em que a beleza mascarava os dons de feitiçaria que possuíam Medeia, Melissa, Alcina e Circe, por exemplo. A deusa Hécate era, na Grécia, a protetora das feiticeiras, uma vez que simbolizava o percurso para além da morte. As bruxas ou feiticeiras podiam ser boas ou más, como transparece nos romances da Idade Média, em que os cavaleiros e heróis das histórias eram protegidos por mulheres misteriosas (como Morgana e Melusina, por exemplo) que derrubavam os obstáculos que para um mero mortal eram intransponíveis.
Os feitiços mais comuns e mais encomendados aos feiticeiros eram os de amor e os de malefício, sendo que os feiticeiros conheciam uma quantidade muito maior de sortilégios que usavam também em seu benefício. São bastantes as representações dos atos de magia, em que aparecem o círculo mágico onde se desenrola a ação, os símbolos arcanos, os recipientes com venenos e poções, fórmulas mágicas e gestos rituais, assim como objetos, plantas e animais simbólicos.
No âmbito da feitiçaria, encontra-se também a invocação de espíritos de pessoas já falecidas, como acontece no episódio da Bíblia em que o rei Saúl ordena à bruxa de Endor que convoque a alma do profeta Samuel para saber como decorreria a batalha que iria travar contra os Filisteus.
A feitiçaria é um dos temas mais recorrentes em quase todas as mitologias, como acontece, por exemplo, na maia: uma das lendas desta mitologia faz referência a uma deusa feiticeira chamada Malinal-Xóchitl, cujos obscuros poderes fizeram com que o seu irmão Huitzilopochtli a abandonasse; ela decidiu então criar com o seu povo a cidade feiticeira de Malinalco. Mas a história de feitiçaria que mais impacto teve nesta cultura foi a do feiticeiro Tezcatlipoca, irmão do deus supremo Quetzalcoátl, que colocou um espelho de obsidiana perante Quetzalcoátl para que este visse que o seu carácter bondoso era apenas uma máscara. O desgosto que lhe causou o que viu no espelho fez com que Quetzalcoátl se embebedasse com pulque, tivesse relações com a sua própria irmã e, no dia seguinte, ao dar-se conta do que fizera, tivesse desaparecido em direção ao Oriente, deixando o seu povo na expectativa do retorno. Esta lenda acabou por ter consequências na prática, visto que a conquista do México foi grandemente facilitada por grande parte das tribos Maias considerarem Hernán Cortés uma encarnação de Quetzalcoátl. (Daqui)
John William Waterhouse, Circe Invidiosa, 1892
(Séneca)
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