Além de mim, quero apenas
essa tranquilidade de campos de flores
e este gesto impreciso
recompondo a infância.
Além de mim
e entre mim e meu deserto
quero apenas silêncio,
cúmplice absoluto de meu verso,
tecendo a teia do vestígio
com cuidado de aranha.
Tamara de Lempicka
Sua obra abundante e colorida nos chega hoje em dia com muitos elementos fascinantes e por pertencer a uma classe social abastada e poderosa, onde o luxo e a distinção eram comuns.
A história de Tamara de Lempicka começa no ano 1898. Esta grande artista nasceu na cidade de Varsóvia com o nome de Maria Gorska.
Suas origens levaram-na a pertencer a uma família poderosa com muitos contactos sociais: seu pai foi um reconhecido advogado judaico russo e sua mãe dedicava-se às atividades sociais tanto pelo gosto pessoal como por profissão.
Durante sua infância, Tamara viveu em várias regiões da Europa devido ao trabalho de seu pai. Vale ressaltar que naquela época a Polónia fazia parte do Império Russo.
Desde pequena, demonstrava habilidades para desenhar e pintar, embora tivesse que permanecer dentro dos parâmetros da arte clássica e académica.
Em 1917, com a eclosão da Revolução Russa, sua vida cómoda e luxuosa entrou em perigo por causa da perseguição dos comandos soviéticos sobre centenas de famílias aristocráticas.
Um ano antes da Revolução, Tamara havia se casado com um importante advogado polonês, que lhe deu seu sobrenome: Tadeusz Lempicki. Ambos fugiram da Europa Ocidental para instalar-se definitivamente em Paris.
Quando estourou a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), Tamara de Lempicka (divorciada desde 1928 de seu primeiro marido e casada com um segundo homem, o Barão Raoul Kuffner) teve que deixar Paris e dirigiu-se com seu novo esposo a Los Angeles e depois a Nova York.
Neste contexto, inspirou-se pelas formas e as cores dos arranha-céus.
Seus trabalhos foram reconhecidos por especialistas, ganhando inúmeros prémios e medalhas, distinguindo-a num mundo dominado quase completamente por homens.
Nos últimos anos de sua vida, mudou-se para o México onde viveu até sua morte em 1980, um ano depois de seu marido. (Daqui)
Dora Kallmus (Madame d'Ora)
(Austrian, 1881–1963)
Em 1907, ela criou seu próprio estúdio, com Arthur Benda, em Viena, chamado Atelier d'Ora ou Madame D'Ora-Benda. O nome foi baseado no pseudónimo "Madame d'Ora", o qual ela usava profissionalmente.
D'ora e Benda operaram um estúdio de verão entre 1921 e 1926 em Karlsbad, Alemanha, e abriram outra galeria em Paris em 1925. Ela foi representada pela Agência Fotográfica Schostal (Agentur Schostal) e foi sua intervenção que salvou o proprietário da agência após sua prisão pelos nazistas, permitindo que ele fugisse de Paris para Viena.
Kallmus fotografou vários artistas famosos, incluindo Josephine Baker, Coco Chanel, Tamara de Lempicka, Alban Berg, Maurice Chevalier, Colette, entre outros dançarinos, atores, pintores e escritores. (Daqui)
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