O impossível carinho
Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
– Eu soubesse repor –
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua infância!
Manuel Bandeira,
in 'Bandeira de bolso: uma Antologia Poética'
O exemplo das rosas
Uma mulher queixava-se do silêncio do amante:
– Já não gostas de mim, pois não encontras palavras para me louvar!
Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria no seio:
– Não será insensato pedir a esta rosa que fale?
Não vês que ela se dá toda no seu perfume?
Manuel Bandeira,
in 'Lira dos Cinquent’Anos', 1940
Caçador de estrelas.
Chorou: seu olhar voltou
com tantas! Vem vê-las!
Chorou: seu olhar voltou
com tantas! Vem vê-las!
(Haicai/Haikai)
Segundo Goga (1988), o primeiro autor brasileiro de Haikai foi Afrânio Peixoto, em 1919, através de seu livro Trovas Populares Brasileiras, onde prefaciou suas impressões a respeito do poema japonês:
“Os japoneses possuem uma forma elementar de arte, mais simples ainda que a nossa trova popular: é o haikai, palavra que nós ocidentais não sabemos traduzir senão com ênfase, é o epigrama lírico. São tercetos breves, versos de cinco, sete e cinco pés, ao todo dezassete sílabas. Nesses moldes vazam, entretanto, emoções, imagens, comparações, sugestões, suspiros, desejos, sonhos... de encanto intraduzível”.
Quem o popularizou, porém, foi Guilherme de Almeida, com sua própria interpretação da rígida estrutura de métrica, rimas e título. No esquema proposto por Almeida, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo verso possui uma rima interna (A 2ª sílaba rima com a 7ª sílaba). (Daqui)
Quem o popularizou, porém, foi Guilherme de Almeida, com sua própria interpretação da rígida estrutura de métrica, rimas e título. No esquema proposto por Almeida, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo verso possui uma rima interna (A 2ª sílaba rima com a 7ª sílaba). (Daqui)
O
modelo de haikai produzido por Guilherme de Almeida foi cunhado de
“modelo Guilhermino.”
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