George Luks, A clown, 1929
Comigo
O cómico avançou num rodopio
galvanizando o ar... Depois cantou,
com graça, entre piruetas, recitou,
e nem um riso único surgiu!
com graça, entre piruetas, recitou,
e nem um riso único surgiu!
De mágoa eu tinha lágrimas em fio,
quando esta ausência estranha despertou
o espectador que eu era, e me apontou
quando esta ausência estranha despertou
o espectador que eu era, e me apontou
o coliseu sem público... vazio...
— Oh solidão macabra da plateia!
bem cedo abriu a tua sombra fria
no meu olhar altas paisagens de ouro:
— Fumos de luz onde voei perdido
o ano dum minuto agradecido,
para ver-te no fim rir do meu choro...
Coimbra, janeiro, 1927
Edmundo Bettencourt
— Fumos de luz onde voei perdido
o ano dum minuto agradecido,
para ver-te no fim rir do meu choro...
Coimbra, janeiro, 1927
Edmundo Bettencourt
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